22 de novembro de 2024

COLUNA FALA LEONEL
POR MARCOS LEONEL
Jornal Leia Sempre Brasil
Edição 146 – 13.01.2023

O canto demoníaco do golpismo

O ministro da Justiça, Flávio Dino, ponderou o papel dos militares, na reunião dos 27 governadores, acontecida dia 9 de janeiro de 2023, um dia após a vergonha nacional da depredação, ele disse que: “Quero enaltecer também o papel institucional das Forças Armadas, que ouviram durante meses o canto demoníaco do golpismo e nele não embarcaram”.

É claro que essa é uma postura política, um discurso que busca conciliação. É claro que nem sempre posturas políticas na vida pública brasileira dizem mais sobre a realidade do que aquilo que se pretende como realidade. É verdade que o momento é delicado e requer inteligência. Mas é verdade também que os engodos da “governabilidade” e “pacificação”, são mais mentirosos do que utilitários.

Não só declarações espontâneas, bem como flagras sorrateiros, e confissões em depoimentos de terroristas afirmam que o canto da sereia tirânica e ditatorial do bolsonarismo tem surtido efeito entre militares de diversas patentes, nas três forças, mais do que desejaria o mais otimista dentro dos ministérios da Justiça e da Defesa. Algumas exonerações ainda são parcas e patéticas.

As informações sobre o papel colaboracionista de generais do Gabinete de Segurança Institucional, e dos militares que prontamente fizeram um cerco e protegeram familiares e simpatizantes no acampamento em frente ao quartel-general de Brasília, estão sendo registradas pelas investigações da Polícia Federal, nos depoimentos de terroristas presos e em diversas filmagens que circulam nas infovias.

Para além disso, uma informação coloca em situação vacilante a postura de “pacificação” apoiada por imediatistas de plantão. Segundo informações de Lauro Jardim, o clima esquentou na cúpula da Marinha, com tensões claras entre militares enganados pelo canto demoníaco golpista e o novo comando. O almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira saiu de um grupo de rede social de ex-comandantes com essa frase:

“Aos companheiros da Esperança. No momento em que vejo ataques pessoais e muito fortes ao AE Olsen, nosso CM, oficial de altíssima capacidade, ilibada moral e grande coragem, não me sinto mais em condições de permanecer nesse grupo. O ódio político que não leva a nada e as fake news que destroem reputações e espalham boatos perigosos só conseguem afastar amizades e quebrar laços familiares. Para mim os limites foram ultrapassados.”.