21 de novembro de 2024
People gather to see the announced results for South Africa's national election

South African President Cyril Ramaphosa speaks as people attend the announcement of the election results at the National Results Operation Centre of the IEC, which serves as an operational hub where results of the national election are displayed, in Midrand, South Africa June 2, 2024. REUTERS/Alet Pretorius

A Comissão Eleitoral Independente da África do Sul divulgou neste domingo (2) o resultado final das apurações das eleições no país. Pela primeira vez desde o fim do Apartheid, o Congresso Nacional Africano não conseguiu a maioria das cadeiras no Parlamento.

O partido do presidente Cyril Ramaphosa teve 40,2% dos votos depositados nas urnas na quarta-feira (30). A Aliança Democrática, de centro-direita, teve 21,8% da preferência do eleitorado, seguida pelo MK, do ex-presidente Jacob Zuma (14,6%) e dos Combatentes pela Liberdade Econômica (9,5%), uma legenda marxista.

159

foi o número de cadeiras conquistadas pelo Congresso Nacional African. O Parlamento tem 400 assentos

O partido que governa o país se vê diante de um eleitorado cada vez mais desinteressado (a taxa de abstenção foi de 41%, a maior da história) e insatisfeito com a crise econômica do país. Um nível de desemprego acima de 30%, apagões recorrentes e a crescente sensação de insegurança da população contribuíram para o mau resultado do Congresso Nacional Africano, relatou o jornal britânico The Guardian.

O Parlamento tem agora duas semanas para eleger o novo presidente do país. O Congresso Nacional Africano voltará a indicar Ramaphosa para o posto. E o partido começa a discutir sua coalizão. Tanto a Aliança Democrática, seu principal opositor, quanto o os marxistas dos Combatentes pela Liberdade Econômica são aliados improváveis (mas não impossíveis), apontou a newsletter americana International Intrigue.

Uma das principais apostas dos analistas políticos é que o Congresso Nacional Africano tente uma aproximação com o MK, do ex-presidente Zuma. Uma reviravolta depois que os governistas tentaram inviabilizar o partido, como mostrou o Nexo em um Expresso.

Publicado no Nexo Jornal