A Comissão Eleitoral Independente da África do Sul divulgou neste domingo (2) o resultado final das apurações das eleições no país. Pela primeira vez desde o fim do Apartheid, o Congresso Nacional Africano não conseguiu a maioria das cadeiras no Parlamento.
O partido do presidente Cyril Ramaphosa teve 40,2% dos votos depositados nas urnas na quarta-feira (30). A Aliança Democrática, de centro-direita, teve 21,8% da preferência do eleitorado, seguida pelo MK, do ex-presidente Jacob Zuma (14,6%) e dos Combatentes pela Liberdade Econômica (9,5%), uma legenda marxista.
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foi o número de cadeiras conquistadas pelo Congresso Nacional African. O Parlamento tem 400 assentos
O partido que governa o país se vê diante de um eleitorado cada vez mais desinteressado (a taxa de abstenção foi de 41%, a maior da história) e insatisfeito com a crise econômica do país. Um nível de desemprego acima de 30%, apagões recorrentes e a crescente sensação de insegurança da população contribuíram para o mau resultado do Congresso Nacional Africano, relatou o jornal britânico The Guardian.
O Parlamento tem agora duas semanas para eleger o novo presidente do país. O Congresso Nacional Africano voltará a indicar Ramaphosa para o posto. E o partido começa a discutir sua coalizão. Tanto a Aliança Democrática, seu principal opositor, quanto o os marxistas dos Combatentes pela Liberdade Econômica são aliados improváveis (mas não impossíveis), apontou a newsletter americana International Intrigue.
Uma das principais apostas dos analistas políticos é que o Congresso Nacional Africano tente uma aproximação com o MK, do ex-presidente Zuma. Uma reviravolta depois que os governistas tentaram inviabilizar o partido, como mostrou o Nexo em um Expresso.
Publicado no Nexo Jornal